sábado, 13 de novembro de 2010

Tiririca


Francisco Everardo Oliveira Silva, eleito deputado federal pelo PP de São Paulo nas últimas eleições. Mas não um eleito qualquer. Foi o mais votado em todo o Brasil com o apoio de 1.348.295 eleitores.

A onda que se fez contra ele, depois de eleito, acusando-o de analfabeto, é mais um atentado ao considerado sacrossanto sufrágio universal. Desrespeito aos eleitores que, muitos deles, livrando-se da manipulação de campanhas milionárias, escolheram Tiririca. Saudosos dos tempos em que analfabeto não tinha direito de votar ou, talvez, pior ainda, saudosos da época do império, quando só votava gente com uma posse mínima de bens. Saudosos é que não faltam com vontade de dar marcha à ré na História.

Em prova no TRE-SP Tiririca provou que sabe ler e escrever. Não lhe dar posse será um retrocesso no mais que imperfeito sistema dito democrático, onde a massa de eleitores é manipulada como uma carneirada.

O caráter transformador do trabalho

O trabalho é o papel que o indivíduo exerce na sociedade para transformá-la,
contribuindo não só para o seu próprio bem-estar, mas para a melhoria da qualidade de vida de todos. Historicamente, o trabalho nas sociedades da antiguidade era exercido pelas classes inferiores, fato que mudou com o surgimento da sociedade de consumo.

Em lugares em que o poder do Estado é falho, como nas zonas rurais, há exploração do proletariado. Submetidos às condições insalubres de higiene e moradia o trabalhador fica atrelado ao patrão em um regime de terror psicológico e de privação da troca de sua força produtiva pelo salário. Cabe ao Estado garantir que os direitos dos cidadãos cheguem a esses lugares para impedir a reprodução desse quadro.

As empresas de ponta como a norte-americana “Google” investem no capital intelectual e humano dos seus funcionários. Essas empresas adequadas ao mundo corporativo moderno priorizam não só os lucros, mas também o bem-estar e a qualidade de vida dos empregados o que gera um bom ambiente de trabalho, dinamizando a eficiência, o que contribui para a liderança no setor.


Cabe ao Estado garantir os direitos dos trabalhadores, pois são eles a força que impulsiona a sociedade rumo a um futuros com dignidade. O trabalho não é somente gerador de riquezas, mas um meio de se realizar como individuo integrante de uma sociedade, contribuindo para o aprimoramento dos avanços sociais e do patrimônio imaterial da humanidade.

O direito de abortar



O aborto está na pauta do dia. Tema usado para barganhar votos na corrida presidencial revela a polêmica que este ato representa na sociedade e a ingerência religiosa em um assunto que deveria ser visto como prerrogativa da mulher, tema de saúde pública e planejamento familiar.

É inegável que a vida comece na fertilização do óvulo. Começa aí um projeto de ser humano, mas não o indivíduo e seu intelecto que só pode ser tecido no convívio em sociedade e não em um sistema restrito como o útero. A mulher que se sujeita ao aborto não está matando ninguém mas, sim, se sujeitando ao direito de fazer o que quiser com seu corpo. É seu corpo. Está exercendo um direito, penoso, mas é um direito.

A proibição do aborto não impede que esta prática aconteça em clínicas clandestinas e sem os requisitos mínimos de higiene, expondo a vida da mulher em risco. O que se está em jogo não é a eliminação do aborto, mas o direito da mulher receber auxílio médico de segurança.

A cúpula católica, em Pernambuco, em um ato deplorável excomungou a equipe médica e a família de uma menina estuprada de nove anos que realizou um aborto por causa de sua gestação indesejada. O agressor, ao contrário, não foi excomungado do seio da madre Igreja.

O “cresceis e multiplicai-vos” da Bíblia entra em parafuso com um mundo de recursos limitados, com o direito da mulher de ter prazer sexual sem arcar com um gravidez e com o planejamento familiar.

Exercício de literatura contemporânea

Qual a relação poética do texto com a ordem institucionalizada dos regimes ditos democráticos da atualidade?

Ordem Institucionalizada
ordem ordem ordem ordem ordem ordem ordem ordem ordem ordem ordem
ordem ordem ordem ordem ordem ordem ordem ordem ordem ordem
ordem ordem ordem ordem ordem ordem ordem
ordeom ordeom ordeo
ordeo ordeo
odeo
odio

Quase um Bandeira

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A FIFA É DE UMA CERVEJA SÓ

Se a FIFA pudesse, se fosse realmente a deusa do futebol e não apenas sua gerente toda poderosa, ia na certa proibir que se bebesse qualquer outra cerveja senão a de sua multinacional preferida. Neste afã de zeladora dos interesses bilionários dos patrocinadores, a FIFA expulsou do estádio um grupo de moças holandesas que exibiam uma camisa das cores do time do país, laranja. Por quê? Estavam exibindo o bumbum? Os peitos estavam de fora? Nada disso. A camisa tinha sido distribuída pala Bavária, empresa não incluída entre os patrocinadores. No entanto, não havia nada escrito, nunca ouvi falar que cor pudesse ter trade Mark. Mas a toda poderosa FIFA assim decidiu e todo o mundo abaixou a cabeça e obedeceu. Bem feito para a Bavária. As leis do capitalismo são assim. Defendem a livre iniciativa, a liberdade de comércio e o diabo, mas quem mija fora no penico com excessos de liberdade, como fez a Bavária, é punida na hora. Na verdade a FIFA não bebe cerveja. Não bebe nada. O verbo que ela gosta é faturar e dominar o espetáculo, quem sabe com cartas marcadas.
PS: Quanto às multinacionais, que se embriaguem até caírem na sarjeta da História.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

UM POUCO ALÉM DO FUTEBOL

Começou nesta sexta-feira a Copa do Mundo. Quase não se fala mais de outra coisa. Bandeiras e flâmulas estão por todos os lados, o patriotismo insuflado, hinos nacionais entoados; mão no peito. Mulher que brigava com o marido monopolizando a TV para ver seu time jogar está agora toda compenetrada assistindo jogo da seleção. E a FIFA vai faturando tudo, mamando no patriotismo de todos os países. Desde a época de Havelange – e por sua iniciativa – a FIFA se tornou a maior multinacional do entretenimento. Até a Copa de 70 no México, a FIFA era pobre. O Mundial era financiado em grande parte pela UEFA. Atenção: a Copa de 70 foi a primeira a ser retransmitida ao vivo pela televisão para todo o mundo. Em 74, durante o Mundial na Alemanha, Havelange foi eleito para dirigir a FIFA e lá ficou 24 anos, durante os quais a federação foi atrelada às grandes multinacionais – Coca-Cola, Nike e o diabo. Em 70, o Brasil campeão ganhou um prêmio de US$ 600 mil dólares. Na Copa de 1998, quando João Havelange passou a direção da FIFA a seu protegido Blatter, cada uma das 32 equipes classificadas ganhou US$ 1 milhão de dólares só para participar do evento. E a seleção brasileira, que capengou na final diante da França, chegou a ser ironicamente chamada de seleção da Nike. A FIFA já não precisava de esmola da UEFA e podia desbancar US$ 15 bilhões para a promoção da Copa em que Ronaldinho foi escalado com dor de barriga. Nesta Copa, por exigência da FIFA, a África do Sul liberou os impostos sobre importações para satisfazer a sanha de lucro das multinacionais. Os investimentos do país na construção de estádios, segurança e outras coisinhas, superaram em dez vezes o previsto. Ou seja, os gastos elevaram-se a US$ 8 bilhões. Mas tudo bem. A FIFA vai faturar mais de US$ 3 bilhões. 50% a mais do que lucrou no Mundial na Alemanha. No entanto a FIFA é boazinha e gosta de dar esmola. Vai doar 3% de seu butim para obras sociais em toda a África. Não dá nem para encher o buraco do dente.
Se eu não gostasse tanto de futebol, juro que não assistiria aos jogos.