Creio que
a equiparação de direitos aos gays é algo fundamental para a construção de uma
sociedade justa. Não acho que o fato de a mídia começar a transmitir a união
afetiva gay como algo normal leve ao mesmo pólo que antigamente creditava à
união heterossexual como realidade absoluta de todos os cidadãos.
O
pensamento de acreditar que no Brasil está se construindo uma ditadura gay tem
um forte ranço do nosso passado racista de nao acreditar que seja moralmente
aceitável o fato de andar na rua e não encontrar somente casais heteros. Qual a
diferença que faz para mim, você, ou qualquer outro hetero o fato de um casal
gay poder manifestar seu amor publicamente? A manifestação gay coíbe, inibe ou
coloca em duvida sua posição hetera? Caso essa afirmação seja positiva devemos
nos repensar tanto quanto a natureza de nossa sexualidade como também o modo
sobre o qual a afirmamos.
Freud tem
um frase ótima que se encaixa perfeitamente a essa questão: "Desconfie das
antipatias violentas, elas podem revelar afinidades secretas." A afirmação
de que se tem o direito, simplesmente por ele se constituir como um mesmo sendo
de natureza estúpida e infundado, de ir contra uma possível Ditadura Gay nos
leva ao questionamento: Porque é válido não ser a favor da equiparação aos
direitos gays uma vez que sou eu como sujeito livre e racional que defino se
tenho vontade de copular com o mesmo gênero ou com o oposto? Ou seriam os gays fornicadores
insaciáveis e que a aceitação de sua imperfeição moral pela sociedade levaria a
sociedade a retornar aos bacanais da antiguidade clássica e deturpar o sexo
sagrado da família constituída pelo papai e pela mamãe?