sábado, 22 de dezembro de 2007

Balanço de Natal

Chegou a hora dos balanços e promessas de dias melhores que não cabem no saco de todas as pessoas fantasiadas de Papai Noel mundo afora.

Bush e Lula deram, entre outros, a última coletiva do ano.

O capataz do império respondeu com um sonoro no coment à pergunta sobre as fitas que a CIA destruiu mostrando torturas infligidas pelos invasores no Iraque.
De quebra, voltou a ameaçar a Síria.

Lula disse que tem ojeriza à palavra pacote.
Se vier algum, ele instruiu aos ministros para embrulhá-los separadamente.

O show do poder é chato, mas nos é imposto goela abaixo.

Frase Solta

Lula na entrevista de fim de ano

A única coisa que me deixa com antena ligada neste final de ano é a crise americana. Ninguém sabe o tamanho...

(É enorme companheiro, mas garanto que não é ainda a tão sonhada crise geral do capitalismo)

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Quosque tandem abutere Renan patienta nostra?

Quosque tandem abutere Renan patienta nostra?

Não é por falta de Cíceros no Senado que esta frase ainda não foi dita. Existem, às pencas, oradores refinados numa seqüência de pai para filho defendendo as elites no poder.

Talvez faltem Catilinas, o original foi emporcalhado pela história oficial do Império Romano, quando há sérias suspeitas de que seu crime maior foi se lançar contra as elites.

Mas, espere aí. Renan não é nenhum Catilina. Se for alguma coisa ele está mais é para um Cícero das Alagoas, se bem que não há notícias de que o Cônsul romano criava gado.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Academia de contra-insurgência dos EUA - Dando aos oficiais uma nova mentalidade



Academia de contra-insurgência dos EUA - Dando aos oficiais uma nova mentalidade 04/07/07
texto de Thomas E. Ricks.TAJI, Iraque – Se o esforço norte-americano no Iraque em última análise for bem-sucedido, uma razão poderá ser a pequena escola que iniciou recentemente em uma base militar daqui pelo General George W. Casey Jr., comandante dos EUA no Iraque.
Chamada de Academia COIN – utilizando a abreviatura militar de "contra-insurgência" – a mais nova instituição educacional do estabelecimento militar americano busca, de acordo com uma síntese do curso, “enfatizar a necessidade de as forças dos EUA mudarem de um jeito convencional de pensar a guerra para um que compreenda como vencer em um conflito ao estilo de guerrilha”. Ou, como diz de forma menos polida uma placa na parede do escritório do administrador: "Insanidade é fazer a mesma coisa do mesmo jeito e esperar um resultado diferente."O objetivo da escola ao norte da Bagdá é tentar provocar um resultado diferente daquele alcançado pelos militares norte-americanos em 2003-04, quando os comandantes do Exército cometeram erros típicos de militares convencionais ao enfrentarem uma insurreição. "Quando a insurgência iniciou, nós fomos muito convencionais", disse o Coronel Chris Short, nascido no Distrito de Columbia e morador recente de Manassas (Virginia), que comanda a nova escola. Na época, as forças americanas arrebanharam dezenas de milhares de iraquianos, misturando gente inocente detida com extremistas islâmicos radicais. Os comandantes permitiam que as tropas atirassem em qualquer coisa levemente ameaçadora. E eles falharam em dar às suas tropas as ferramentas conceituais e culturais básicas necessárias para operar no complexo ambiente do Iraque, desde como lidar com um sheik até compreender porque matar insurgentes costuma ser o resultado menos desejado. (É mais eficiente, conforme agora são ensinados, persuadi-los a desertar ou juntar-se ao processo político.)No ano passado, um estudo interno feito por especialistas militares sobre comandantes dos EUA no Iraque descobriu que alguns assimilavam os princípios da contra-insurgência e os aplicavam bem, enquanto outros vacilavam. "Se o comandante entendia, a unidade entendia, mas se o comandante compreendia pela metade, então a unidade compreendia pela metade," Casey disse em recente entrevista. A nova escola foi criada para assegurar que todos os comandantes entendam.Até mesmo agora, alguns comandantes de unidades convencionais refugam a idéia de deixar suas tropas para participar de um curso de cinco dias, que cobre assuntos desde teoria de contra-insurgência e interrogatórios em operações de detenção até como jantar com um sheik. Quando soube que precisava deixar seu batalhão naval em Fallujah para vir para cá, lembra o Tenente-coronel Patrick Looney, sua reação foi de incredulidade."Eu não queria vir", também admitiu o Tenente-coronel David Furness, comandante do 1º Batalhão do 1º Regimento Naval, agora em operação entre Bagdá e Fallujah. "Mas estou satisfeito por ter vindo."Casey, o construtor da escola, descobriu um jeito fácil de fazê-los vir: tornou a freqüência obrigatória para qualquer oficial que detenha um comando de combate no Iraque. Ele também se encontra com cada turma, oferecendo aos capitães e tenentes-coronéis a rara chance de sabatinar um general quatro estrelas.Alguns membros do corpo de professores, que exige muito dos oficiais das Forças Especiais, não estavam dispostos a ensinar para oficiais americanos da infantaria, artilharia, aviação e forças blindadas. Short recordou que alguns disseram: "Esta não é nossa missão. Nós não ensinamos para as Forças Armadas dos EUA." Essas resistências foram eliminadas, ele disse com um risinho.Reiteradamente, o intenso curso de imersão do qual participam de 30 a 50 oficiais de cada vez, enfatiza que a resposta correta, com toda a probabilidade, é a contra-intuitiva, em lugar de algo que o Exército tem ensinado aos oficiais em seus 10 ou 20 anos em serviço. O livro da escola, uma enorme encadernação, oferece o exemplo de uma missão que invade uma casa e captura alguém que bombardeou uma base americana."Na superfície, um ataque que captura um insurgente conhecido, ou terrorista, pode parecer uma vitória certa para a coalizão", destaca em letras vermelhas. E continua, "Os possíveis efeitos de segunda e terceira ordem, porém, podem transformá-la em uma derrota a longo prazo se nossas ações humilharem a família, destruírem a propriedade sem necessidade ou afastarem a população local de nossos objetivos."Em alguns aspectos, os líderes da escola parecem se dar ao trabalho de desafiar as atuais práticas militares americanas por aqui. Short disse, em entrevista na sexta-feira, em seu quartel-general protegido por sacos de areia, que tem discordâncias com "esta mentalidade de grande base", a qual mantém dezenas de milhares de tropas dentro das instalações chamadas de bases avançadas de operações (forwarding operating bases), ou FOBs, das quais se afastam para patrulhar e atacar. A teoria clássica da contra-insurgência sustenta que as tropas deveriam viver entre a população o tanto quanto possível, para desenvolver a noção de como a sociedade funciona, e para colher informações secretas.Enquanto helicópteros de ataque Apache sobrevoavam, Short também ofereceu uma visão anti-convencional das eleições iraquianas de dezembro, que muitos oficiais americanos descreveram como uma grande vitória. "Você pode perguntar a qualquer iraquiano, 'E as eleições, como foram?' ", disse. "Eles responderão" -- Short balançou os ombros -- " 'Bem, nós votamos cinco vezes e nada acontece por aqui.' "Participantes que recém deixaram a escola saíram impressionados. "Eu acho que é um curso incrivelmente inspirador," afirmou o Major do Exército Sheldon Horsfall, conselheiro dos militares iraquianos em Bagdá. "Uma das coisas que foi trazida para nós, repetidamente, foi a importância da percepção cultural.""O curso abriu meus olhos para um contexto mais amplo," disse o Tenente-coronel Nathan Nastase, oficial de operações do 5º Regimento Naval, instalado perto de Fallujah. Ele afirmou que gostou especialmente de ouvir sobre o papel das Forças de Operações Especiais no Iraque, assim como de aprender sobre as táticas usadas por comandantes bem-sucedidos.O maior efeito da escola parece ser sobre os oficiais jovens. "Minha impressão inicial foi de que era perda de tempo", disse o Capitão Klaudius Robinson, comandante de tropas móveis (NT: veículos blindados e helicópteros) da 4ª Divisão de Infantaria. "Mas depois de passar por ela, realmente mudou meu pensamento sobre como lutar contra a insurreição. Percebi que o centro de gravidade é o povo, e você precisa estabelecer uma separação entre os insurgentes e o povo."Antes do curso, disse, ele esperava passar seu tempo aqui combatendo insurgentes, mas, em vez disso, está focado em treinar e operar com tropas iraquianas. "Nós nunca iremos pegar todos os bandidos," ele fala para suas tropas. "Isto não é um bilhete de volta para casa. Mas o que eu posso fazer é ajudar as forças de segurança do Iraque e fazê-las assumir a liderança.""Uma das coisas que aprendi na Academia COIN é que nós não precisamos ser duros com as pessoas o tempo todo," disse o Capitão Bret Lindberg, comandante de outra tropa móvel da 4ª Infantaria.
A maior crítica feita pelos alunos é que seria melhor ter essa formação seis meses antes, quando eles ainda estavam treinando suas tropas para distribuição no Iraque, e não depois que as unidades tivessem chegado. Short deu uma resposta ácida: “Não é uma má idéia, mas o Exército nos EUA não estava tomando a iniciativa. Eles não fizeram isso por três anos" – a duração da guerra até o momento, observou. "É por isso que o chefe disse: 'Dane-se, aqui eu estou fazendo isso.'”"De qualquer forma, a escola não é apenas sobre operações no Iraque”, afirmou Short, “mas sobre a preparação de oficiais para o resto de suas carreiras. E eu acho que estaremos em mais algumas dessas guerras".

Império Russo

Ah, algum panaca lançou a mentira que a história havia acabado em 1989 com a queda do muro da discordia.
O problema maior não foi esse, mas o de que alguns bilhoes de pessoas concordaram com
esse aspirante a Nostra Damus.
Há algum tempo atras ja havia postado uma notícia em que relatava a volta da foice e do martelo como símbolos da Rússia moderna capitalista.
Recentemente o serviço secreto russo, tirou toda a Estônia da rede mundial, colocando o sistema finceiro do país em parafuso, devido a retirada de um monumento em homenagem ao exercito soviético naquele país.
Talvez o leitor se pergunte: O que tem haver uma coisa com a outra?
A resposta é simples, tudo.
A Russía apesar de abandonar o socialismo, ainda nutri a esperança de se consolidar como potencia mundial, alguns a chamam de a quinta potencia mundial, dentro de um cenario de 50 anos.
E como toda potencia ou futura potencia, ela tem interesses a defender e a Estônia é um deles.
A Rússia nao permite e nao permitirá que sejam instalados escudos anti-misseis ou qualquer parafernália que seja (inclusive ideologica) em suas antigas colonias.
A mãe eslava sofre do mesmo disturbio que as maes reais enfrentam quando veem seus filhos crescidos, o famoso complexo do ninho vazio.
Apesar de financeiramente quebrada a Rússia ainda possui um arcenal nuclear capaz de destruir varias vezes o mundo e isso ja basta para que as demais potencias aceitem a Rússia democratica com um presidente que outrora havia sido agente da KGB.
Pouca importa a Rússia o resto do mundo, desde que nao se metem com os seus filhos eslavos e elea que andem na linha.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Miss Pokémon

LHC - O Grande Colisor de Hádrons


O LHC (Large Hadron Collider) é um acelerador de partículas da classe: Foda!
Ainda se encontra em processo de construção, mas tudo indica que entre o final de 2007 e inicio de 2008 entre em operação se tornando o maior acelerador de partículas do mundo, o que para muitas pessoas significa: a maior Arma de Destruição em Massa do mundo.

Vista aérea do LHC - Linha branca representa o anel do acelerador

Localizado entre a França e Suíça, a profundidades que variam de 50 a 150m, o LHC possui 27km de circunferência[1] para acelerar partículas através de grandes campos elétricos, confinadas em campos magnéticos intensos até níveis de energia da ordem de 7 TeV[2]. Ao atingir tamanha energia elas colidem umas com as outras, frente-a-frente, cada uma com essa energia máxima que somadas dariam 14 TeV na colisão! Através dessas grandes colisões os Físicos podem estudar características da estrutura da matéria que não podem ser estudadas a baixos níveis de energia, como os componentes das partículas elementares e seus comportamentos.

Mas como essa maravilha tecnológica pode nos fazer mal? Você pode achar que o LHC só pega uns prótons de merda e brinca de bate-bate… mas ai é que você se engana, estamos diante de um dispositivo que pode gerar as maiores catástrofes já concebidas (ou todas juntas).

Caos no setor aéreo dura um ano

Caos no setor aéreo dura um ano


“Relaxa e Goza...”



Há 5 anos no poder, o único gasto de Lula da Silva “com a aeronáutica” foram os R$ 56 milhões do Aerolula, comprado na Alemanha – nem emprego aos brasileiros aquele gasto astronômico gerou! Os R$ 56 milhões entraram – e saíram – da verba da Aeronáutica.

Militares – controladores de tráfego aéreo aí incluídos – tiveram seu último reajuste no governo Itamar Franco. Dali para cá, nem um centavo. Lula da Silva os insultou com a promessa – jamais cumprida – de conceder 1%. O único efeito prático daquela proposta foi, na prática, uma REDUÇÃO nos proventos.

Não se realizou, em 5 anos, uma única obra de manutenção ou reparos na infra-estrutura aeroportuária nacional. De “ampliação” sequer se cogitou, pois os banqueiros, a quadrilha dos donos do poder no Brasil, não aprovou.

Os equipamentos do CINDACTA são ainda os mesmos instalados à época da Ditadura Militar, com manutenção precária realizada pelos mal-formados, pessimamente remunerados e totalmente desestimulados sargentos e oficiais técnicos da área. Fazem o que podem e é quase um milagre que o sistema esteja em razoável estado de funcionamento.

Diante desta deterioração, descaso e incompetência – além da falta de vontade política por parte do governo Lula da Silva neste assunto – o resultado era mais do que previsível.

Há cerca de 1 ano, em todos os finais de semana, com agravamento nos feriados, os aeroportos se transformam num pandemônio. Como Deus é brasileiro e o brasileiro é muito mais cordato que o argentino, por exemplo, o que sobra da infra-estrutura não sofre o ataque raivoso da massa insatisfeita como no país vizinho.

O primeiro dedo apontou na direção das empresas aéreas e levantou a suspeita: “overbooking!” Os outros quatro – da mão que tem 5 dedos – apontam na direção do dono:

1) Gastos exorbitantes em momento inoportuno com o avião mais luxuoso “destepaíz”, o Aerolula.

2) A falta de recursos e uma gestão bastante discutível do ponto de vista moral, deixam a Aeronáutica e a Infraero incapazes de levar a cabo qualquer ação corretora – ou sequer minimizadora – do problema.

3) Toda a infra-estrutura aeroportuária, que vai da manutenção e/ou ampliação de pistas de pouso e decolagem até a capacitação e valorização humana do aeronauta – em especial dos controladores de vôo e equipes técnicas de manutenção – TODA a infra-estrutura, enfim, está sucateada e em processo de deterioração cotidiana.

4) O governo Lula da Silva, sem vontade política de fazer investimentos no setor, vai e vem dando ordens contraditórias, desautorizando autoridades e voltando atrás, fazendo promessas mil sem jamais cumprir uma que seja...

Revolução Cubana

Revolução Cubana

A queda de Batista (1953-1959) – Cuba vivia, desde 1952, sob a ditadura de Fulgêncio Batista, que chegara ao poder através de um golpe militar. Batista era um ex-sargento, promovido de uma hora para outra a coronel, depois da chamada “revolução dos sargentos” que depôs o presidente Gerardo Machado, em 1933. Sete anos depois, em 1940, Batista foi eleito presidente. Concluído seu mandato, manteve-se distante do poder durante o governo de seus dois sucessores, para retornar novamente à ativa em 1952, com um golpe.
Contra a ditadura de Batista formou-se uma oposição, na qual se destacou o jovem advogado Fidel Castro, que em 26 de julho de 1953 atacou o quartel de Moncada, com um grupo de companheiros. O ataque fracassou e foram todos encarcerados, mas o ditador anistiou os rebeldes em 195. Fidel, impossibilitado de agir devido à rigorosa vigilância policial, procurou exílio no México, onde reorganizou suas forças. No final de 1956, retornou a Cuba no barco Granma, carregado de armas para iniciar o confronto militar com Batista.
O plano de desembarque, porém, fracassou, e Fidel teve que se refugiar com os companheiros em Sierra Maestra, de onde começaram as operações guerrilheiras. Essas operações tornaram-se cada vez mais organizadas e o movimento guerrilheiro cresceu em força e apoio popular enfrentando o poder do ditador.
A selvagem repressão desencadeada por Batista aumentou sua impopularidade a tal ponto que, em 1958, os Estados Unidos acabaram suspendendo a venda de armas para o ditador. Em 8 de janeiro de 1959, depois de uma bem-sucedida greve geral, Batista foi derrubado e as tropas de Fidel entraram em Havana.
Manuel Urritia Manzano, moderado opositor do regime Batista, ocupou a presidência, e Fidel foi indicado primeiro-ministro. Alguns membros do Movimento 26 de Julho – nome da organização político-guerrilheira chefiada por Fidel – também ocuparam cargos ministeriais.
A organização de Fidel desfrutava de uma simpatia generalizada entre os cubanos e, a princípio, manteve-se eqüidistante do comunismo e do capitalismo. Os cubanos esperavam, por isso, que se instalasse um governo constitucional, um sistema democrático-representativo nos moldes conhecidos das repúblicas burguesas.

A radicalização – O fuzilamento dos inimigos da revolução (o famoso paredón), as reformas urbanas que obrigaram a baixar os preços dos aluguéis e a reforma agrária, de profundidade sem paralelo na América, eram manifestações de radicalismo que começaram a inquietar os moderados e, no plano externo, o governo dos Estados Unidos.
A resistência do presidente Urritia à radicalização levou Fidel a demitir-se em julho de 1959. Essa atitude suscitou a mais viva manifestação a favor de Fidel e levou, por sua vez, à renúncia de Urritia, que foi substituído por Osvaldo Dorticós Torrado. Fidel voltou a assumir o posto de primeiro-ministro.
Os moderados, vendo na manobra política de Fidel o sintoma de uma indesejável combinação de radicalismo e autoritarismo, afastaram-se do poder. Isso significou, para a revolução, a perda de apoio dos quadros qualificados (profissionais especializados), a qual, no entanto foi compensada pela aproximação e colaboração dos comunistas, que desde o início da guerrilha conservaram-se distantes do Movimento 26 de Julho.
A adesão dos comunistas à revolução, embora tardia, fez com que às audaciosas medidas do novo governo fossem interpretadas como de origem e inspiração comunista, o que não era verdade. De qualquer forma, serviu para encaixar o governo castrista no esquema da guerra fria: se o novo regime não era pró-capitalista, então só podia ser comunista. Essa foi a conclusão dos conservadores e moderados.

Etapas da ruptura com a ordem capitalista (1960-1961) – Era verdade, contudo, que a reforma radical implantada pelo novo governo possuía uma profunda orientação anticapitalista. O radicalismo do governo revolucionário era visto com desconfiança pelos Estados Unidos, sobretudo porque a reforma agrária atingira propriedades açucareiras que pertenciam a capitalistas norte-americanos. O presidente Eisenhower, contrariando o desejo dos ultraconservadores, descartou, entretanto a intervenção militar. Em represália, porém, desencadeou uma dura pressão econômica, cortando fornecimentos - por exemplo, de petróleo - e fazendo vistas grossas para ações de sabotagem contra a economia cubana.
Em julho de 1960, Cuba passou a importar petróleo da União Soviética, mas as refinarias, de propriedade norte-americana e britânica, recusaram-se a refinar o produto. Como resposta, o governo cubano encampou as refinarias, e os Estados Unidos reagiram suspendendo a compra do açúcar cubano.
Em 1961, com John Kennedy, a ruptura se completou. Os Estados Unidos romperam as relações diplomáticas com Cuba e Kennedy autorizou a invasão militar do país pelos exilados cubanos treinados por militares norte-americanos. No dia 17 de abril de 1961, com apoio aéreo dos Estados Unidos, os contra-revolucionários desembarcaram na praia de Girón, na baía dos Porcos, mas foram derrotados em 72 horas.
Dois dias antes da invasão, no dia 15 de abril, Fidel havia declarado, pela primeira vez, que a revolução cubana era socialista.

O socialismo cubano – A Revolução Cubana tornou-se socialista no processo, e nisso reside sua originalidade.
Em julho de 1961, o Partido Comunista Cubano ampliou sua participação e influência no governo. No ano seguinte, porém, sua ascensão foi freada, com o afastamento de seu núcleo dirigente do quadro governamental. O controle do poder foi então retomado pelos revolucionários de Sierra Maestra.
Contudo, o ingresso de Cuba na via socialista levou o país a vincular-se cada vez mais ao bloco socialista, enquanto era forçado a se afastar do sistema pan-americano. Em 1962, na Conferência de Punta del Este (Uruguai), Cuba foi excluída da Organização dos Estados Americanos (OEA). Com exceção do México, todos os países romperam relações diplomáticas e comerciais com Cuba, sob o pretexto de que Cuba estava exportando sua revolução para toda a América Latina.
Em meados de 1962, Kennedy denunciou a presença de mísseis soviéticos em Cuba e ordenou seu bloqueio naval, forçando a União Soviética a retirar da ilha seu arsenal nuclear.
O isolamento de Cuba imposto pelos Estados Unidos e sua dependência econômica e militar de uma potência distante (União Soviética) não deixaram a Fidel outra alternativa senão tentar modificar esse quadro opressivo para o país. Por isso, a partir de 1962, passou a defender, incansavelmente, a insurreição armada na América Latina, com a esperança de que, com uma revolução em escala continental, Cuba pudesse finalmente romper o isolamento ao qual estava submetida.
Por volta de 1965, devido ao bloqueio econômico, Cuba vivia graves problemas. Para solucioná-los, os revolucionários viram-se diante de um dilema: ou apelavam para soluções eminentemente técnicas e econômicas ou reacendiam a chama revolucionária. Ernesto Guevara, argentino de nascimento, mas que se tornara um dos principais dirigentes da revolução, era favorável à segunda solução. Entretanto, não havia unanimidade.
De qualquer modo, Cuba não tinha como renunciar a sua liderança continental, visto que exercia uma grande influência sobre as esquerdas na América Latina. E, como as esquerdas latino-americanas eram seu único ponto de apoio no continente, seria um suicídio político abrandar em Cuba a chama revolucionária.
Dentro desse espírito revolucionário, realizou-se em Cuba, no ano de 1966, o Congresso Tricontinental, que reuniu os principais movimentos revolucionários e antiimperialistas da Ásia, África e América Latina. Nesse momento, encontrava-se no auge a agressão norte-americana no Vietnã, e a heróica resistência vietnamita despertava enorme admiração em todo o mundo e motivava os revolucionários.
Em julho-agosto de 1967, fundou-se em Havana a Organização Latino-Americana de Solidariedade (OLAS), cujo lema era: "O dever de todo revolucionário é fazer a revolução". Esse lema, que criticava implicitamente os partidos comunistas e outras correntes de esquerda que se haviam acomodado à ordem capitalista, retratava também o excesso de otimismo voluntarista, típico da época.
Isso veio a se confirmar no mesmo ano de 1967: Guevara, que há muito "desaparecera" do cenário político cubano, reapareceu na Bolívia, onde procurava repetir a experiência cubana. Dessa vez, entretanto, fracassou e foi morto pelo exército de Barrientos.
A partir de 1968, os dirigentes cubanos, admitindo agora outras alternativas revolucionárias, começaram gradualmente a se retrair, muito embora, por essa mesma época, a guerrilha estivesse se desenvolvendo no Brasil, na Argentina e no Uruguai. Porém, o ímpeto guerrilheiro não ultrapassou o ano de 1975, e as lutas armadas urbanas e rurais fracassaram. Com isso, a tradição bolchevique abandonada começou a ser retomada, em sua vertente anti-stalinista.


O "Foquismo"

Singularidade do modelo cubano – A luta armada não constituía um fato excepcional na América Latina, mas em Cuba assumiu uma característica muito particular, na medida em que separou, de modo radical, a luta política da militar.
Segundo a teoria tradicional concebida por Lênin - líder da Revolução Russa de 1917 - e adotada por todos os par-tidos comunistas do mundo, a revolução socialista deveria ser conduzida por uma minoria esclarecida, que se autoproclamava "vanguarda do proletariado". O modelo cubano, teorizado nos anos 60 pelo jovem intelectual francês Régis Debray, substituiu a vanguarda política por uma vanguarda militar.
A ação da vanguarda política do tipo leninista apoiava-se, de início, nas reivindicações econômicas do operariado e, por isso, começava com a infiltração comunista nos sindicatos. Os comunistas procuravam, desse modo, ampliar a luta dos trabalhadores, objetivando dar-lhes uma consciência política que, supostamente, não possuíam, mas que lhes pertencia por natureza. Assim, os comunistas (leninistas) esperavam que os operários passassem da luta meramente econômica para a política, preparando-se enfim para o enfrentamento global com a burguesia, através de uma insurreição armada. Chegava-se, desse modo, à tomada do poder. O modelo leninista subordinava, pois, a ação armada à estratégia política.
Segundo Debray, isso foi invertido pelo castrismo, que se peculiarizava pela prioridade virtualmente absoluta conferida à luta armada. Esta seria iniciada por um pequeno grupo (vanguarda militar), cujas ações deveriam criar as condições objetivas para a tomada do poder. Portanto, o castrismo consistia em começar a revolução com um foco guerrilheiro que, gradualmente, ampliaria seu raio de ação. Por isso, o modelo castrista teorizado por Debray ficou conhecido como "foquismo".
Quem levou mais longe essa concepção, na prática, foi Ernesto Che Guevara - que devido a sua origem argentina ficou conhecido como "Che". Guevara separou completamente a ação militar da militância política e ignorou a realidade econômica e social, apostando tudo, ao que parece, na vontade (subjetiva) heróica de um punhado de guerrilheiros determinados a sacrificar a própria vida pela causa revolucionária. Com essa concepção subjetivista e totalmente irreal, Guevara iniciou a guerrilha de Nancahuazú na Bolívia, onde encontrou a morte em 9 de outubro de 1967. A concepção era irreal, mas muito propicia para a construção de mitos heróicos. E, de fato, Guevara, com sua boina com uma pequena estrela, foi o herói revolucionário mais cultuado nos anos 60.

Os Partidos Comunistas e as Guerrilhas

A Revolução Cubana exerceu, sem dúvida, um enorme fascínio sobre as esquerdas. Sob sua influência, movimentos guerrilheiros surgiram em vários países da América Latina. Além da influência cubana, esses movimentos recebiam ainda estímulo vindo de longe, do sudeste asiático, onde se desenrolava a guerra do Vietnã (1954-1975). O êxito com que os guerrilheiros vietnamitas enfrentavam o exército norte-americano, o mais poderoso do mundo, era um acréscimo adicional de esperança para os partidários da guerrilha latino-americana.
Tudo isso contribuiu para fazer da luta armada o modelo revolucionário por excelência. As figuras de Fidel Castro, Guevara e Ho Chi Min pareciam ofuscar os nomes de Lênin e Stalin no panteão revolucionário.
Lembremos que a crítica a Stalin e ao stalinismo - portanto, aos PCs - ganhou mais intensidade nas esquerdas dos anos 70. Além disso, com exceção dos partidos comunistas do Brasil, Chile, Uruguai e da Argentina, que eram reformistas, na Venezuela, Colômbia e Guatemala os PCs apoiaram explicitamente a luta armada e chegaram a organizá-la.
As lutas armadas que eclodiram nos anos 60, contudo, não podem ser consideradas meros reflexos da Revolução Cubana, embora se tenham inspirado no seu exemplo.
A teoria do foco, tal corno foi formulada por Debray e encarnada por Guevara, como já assinalamos, conferia prioridade absoluta à luta armada. Entretanto, é preciso adicionar mais uma observação: o foquismo era considerado na época uma estratégia alternativa válida para toda a América Latina e, portanto, uma via socialista adequada a sua realidade.
Ora, esse modelo nem sempre foi seguido à risca, e as guerrilhas dos anos 60 apresentaram uma grande variedade.

As experiências guerrilheiras – Na Venezuela, a guerrilha foi organizada pelo Partido Comunista Venezuelano e começou a operar em 1962, tendo como principal dirigente Douglas Bravo. Em 1966, Bravo foi desligado da direção do partido e, em 1970, a esquerda abandonou a luta armada sem ter atingido seus objetivos.
Na Colômbia, as guerrilhas de direta inspiração cubana começaram a atuar em 1964, destacando-se como dirigente, no ano seguinte, o padre Camilo Torres, morto em 25 de fevereiro de 1966. No Peru, o mais conhecido dirigente guerrilheiro foi Hugo Blanco, da Frente de Izquierda Revolucionaria, de tendência trotskista, cujas ações se desenvolveram entre 1961 e 1964.
No Brasil, Carlos Marighela, ex-dirigente comunista, rompeu com o Partido Comunista Brasileiro (PCB) e fundou, em 1968, a organização guerrilheira Aliança Libertadora Nacional (ALN); em 1969, foi morto pelos órgãos de repressão do regime militar. No mesmo ano, começou a luta armada na Argentina contra o regime militar de Onganía, destacando-se duas organizações guerrilheiras: o Exército Revolucionário do Povo (ERP) e os Montoneros - extrema esquerda peronista. De 1968 a 1973 esteve em atividade a organização guerrilheira uruguaia - os Tupamaros.
Com exceção de Camilo Torres, os dirigentes guerrilheiros eram de filiação comunista ou pertenciam a alguma de suas variantes. Nenhum desses movimentos de luta armada foi rigorosamente foquista, com exceção talvez da ALN e dos Tupamaros, mas ambos configuraram-se como guerrilhas essencialmente urbanas. Por fim, nenhum deles repetiu o êxito cubano.

Recomendamos



EU, CIDADE, o terceiro romance de Tarcisio Lage, trata a questão da sobrevivência das pequenas comunidades interioranas num mundo cada vez mais informatizado, e mostra, ao mesmo tempo, que as tradições sobrevivem por baixo da capa de aparente modernidade.

Um vigário fanático, um prefeito maquiavélico, um maçom empreendedor, um conquistador frustrado, um comunista que blasfema e segue as regras do capitalismo, um menino rebelde que entregou os pontos, os personagens se entrelaçam numa história em que a verdadeira protagonista é a Cidade.

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O DIREITO DE ABORTAR

O DIREITO DE ABORTAR



O aborto está na ordem do dia. Em Portugal ele foi aprovado em plebiscito em fevereiro passado, mas ainda não é lei. A Assembléia Legislativa da Cidade do México legalizou-o no dia 25 de abril e os bispos mexicanos, com o apoio do Vaticano, pediram a excomunhão dos deputados que votaram a favor. No Brasil foi a batata mais quente nas mãos do presidente Lula em seu encontro com o papa Bento XVI no dia 10 de maio.

Defender o aborto, e nós defendemos, talvez seja a tarefa mais difícil quando se fala dos direitos individuais. Numa ponta temos a liberdade do indivíduo pela qual lutamos com unhas e dentes e, na outra, um projeto de ser humano que ainda não viu a luz do dia e é totalmente dependente da mulher (indivíduo) que o traz no ventre. A decisão do aborto é, portanto, em absoluto primeiro lugar, uma prerrogativa da mulher que carrega o feto e o alimenta através de seu cordão umbilical. E pode também ser a mais penosa, a mais dolorida decisão que uma mulher tenha de tomar.

Mas se enquadra no direito fundamental que todo indivíduo deve ter de dispor do próprio corpo. Não queremos aqui recorrer aos casos de fetos não desejados por causa de estupros, por apresentarem deformações ou porque são vítimas potenciais da miséria que os condena a uma vida de privações. Queremos enfatizar o direito puro e simples de uma mulher querer interromper a gravidez por quaisquer motivos que queira apresentar. Digamos que o pai tenha certos direitos na questão, mas nunca o de ter a decisão final, a não ser que conte para isto com todo o aparato estatal e religioso, sob o qual a mulher tem sido a parte mais fraca.

Na maioria dos casos, o aborto é definido puro e simplesmente de assassinato, infanticídio. Ninguém pode negar que a vida começa no momento que o espermatozóide fecunda o óvulo. Começa aí um projeto de ser humano, o embrião, mas não o indivíduo que só pode existir dentro da sociedade, no convívio com outros individuos. A mulher que pratica o aborto não está matando ninguém, está apenas impedindo que um embrião utilize seu corpo para se desenvolver. É seu corpo. Ela está exercendo um direito, penoso, mas é um direito.

Antes mesmo de chegar ao Brasil, em entrevista durante o vôo Roma-São Paulo, o papa Bento VII defendeu os bispos mexicanos que excomungaram os deputados mexicanos a favor do aborto, acrescentando que não houve nada de novo, que tal procedimento está escrito no Direito Canônico. Não há novidade na afirmação do papa. Seria o caso de dizer que os católicos e o clero que os controla têm todo o direito de ser contra o aborto e até mesmo de expulsar da comunidade os que apóiam tal prática. Têm direito a condenar – como de fato condenou o arcebispo de São Paulo Odilo Scherer – a realização de um plebiscito sobre o aborto.

Tudo isso, no entanto, seria simples e cristalino se todos os católicos o fossem por decisão própria e não porque foram, na maioria dos casos, amamentados por ele, desde o berço, por uma das maiores máquinas de manipulação existente no Planeta. Enfim, o que digo dos católicos vale também para outras religiões que impuseram, impõem e continuarão impondo seus credos através do proselitismo, da chantagem da morte eterna, quando não pela força das armas. Vale lembrar Saramago: "por causa e em nome de Deus é que se tem permitido e justificado tudo, principalmente o mais horrendo e cruel".

Podemos acrescentar. Mais cruel do que o aborto é negar ao embrião que nasceu, em nome de deus, do diabo ou do que for, os direitos fundamentais que todo indivíduo devia ter.

O "cresceis e multiplicai-vos" (Gênesis, 1,28) talvez seja o versículo bíblico mais citado pelos oponentes do aborto. Jeová devia estar pensando num mundo de recursos ilimitados e não num planetinha de nada em volta de uma estrela classificada de quinta magnitude e, olhe lá, nem disso se tem certeza mesmo no Universo conhecido. Mas não vamos recorrer a razões cósmicas e ecológicas, nem mesmo estando em jogo a sobrevivência da espécie, para justificar o direito de abortar. Aí poderíamos chegar ao aborto imposto pelo governo chinês tão condenável como a negação do direito de abortar.

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Nicolas Sarkozy

O presidente eleito da França, Nicolas Sarkozy, do partido do governo, diz que representa a mudança e ninguém pode acusá-lo de estar bêbado, porque é completamente abstêmio, não bebe nem vinho em brinde para selar conchavo político.

O consolo é que, se houver decepção, será da direita que impulsionou sua vitória. A esquerda pode ficar firme na oposição, iludida com a certeza de que Ségolène iria cumprir todas as promessas.

As urnas falaram, manipuladinhas da silva. Como de costume.

sábado, 5 de maio de 2007

Foice e martelo voltam a ser símbolos russos

Do jornal "O Globo": "A câmara superior do parlamento da Rússia aprovou ontem em votação a volta da foice e o martelo, simbolos da antiga URSS, para a bandeira oficial do exército russo. O comitê parlamentar de nacionalismo disse em nota que 'a bandeira da vitória é um dos poucos símbolos que continuam a unir todos os russos, e sua mudança prejudicou as fundações da Rússia moderna'. O hino nacional da antiga URSS é cada vez mais cantado por populares e até nas repartições públicas(...)"

Vejam que notícia alvissareira.

E lembro que há pouco foi veiculada notícia em que, em pesquisa, o povo russo diz preferir o socialismo .


Nao é de se estranhar essa opção do povo russo, apesar da falta de bens de consumo duráveis na antiga URSS, os russos tinham uma boa qualidade de vida ao menos melhor da qual desfrutam hoje.
Esse fator se potenciliza uma vez que a transição socialismo-capitalismo foi de forma bastante selvagem, elevando a concentração de renda para níveis ,que na história russa, se assemelham ao do período pré-revolucionário de 1917.
A sociedade agira se defronta frente a ambiguidade que a transição capitalista os proporcionou.
Parece que o mundo volta a uma fase bastante polarizada, é de inteira responsabilidade nossa para que possamos impedir uma corrida imperialista entre blocos antagonicos, o mundo já está ambientalmente agonizante e não suportaria indices de crescimentos desparados.
É um fato positivo, as sociedades ao redor do globo procurarem saídas paralelas ao neoliberalismo, o perigo é que esses países começem a organizar movimentos que gerem ódio e alienação na população civil.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Fascismo eterno?

Em texto publicado no “New York Review of Books” em junho de 1995, o filósofo italiano Umberto Eco elencava as 14 características fundamentais de todos os regimes fascistas da história.

“Estas características não podem ser organizadas num sistema; muitas delas contradizem umas às outras, e também podem ser exemplos de outros tipos de despotismo ou fanatismo. Mas é a presença de um deles é suficiente para que o fascismo se forme em torno dele”, dizia Eco.

As características são:

1 - Culto à tradição
2 - Rejeição à modernidade
3 - Culto da ação pela ação (descrédito da atividade intelectual)
4 - Ataque ao espírito crítico
5 - Medo da diferença, racismo e ataque à diversidade
6 - O fascismo eterno deriva de frustrações individuais ou sociais
7 - Entre pessoas sem identidade social, o fascismo ressalta o privilégio comum de nascimento num mesmo país
8 - Os seguidores devem se sentir humilhados pela ostentação, riqueza e força dos seus inimigos
9 - Não há luta pela vida, mas a vida é vivida pela luta
10 - Desprezo pelos mais fracos
11 - Todos são educados para se tornarem heróis
12 - Levado pelo heroísmo e pela guerra, o fascismo universal reforça o sentimento machista
13 - Populismo seletivo, dando a impressão de que o povo tem voz, enquanto é governado com mão de ferro
14 - “Novilíngua”: empobrecimento do vocabulário e da sintaxe para limitar o pensamento

segunda-feira, 30 de abril de 2007

O grande líder alcóolatra da URSS

A morte do líder da abertura

MELHOR DE MIM PARA O MELHOR DOS MUNDOS

Antes de educar é preciso conscientizar. Com a queda do muro de Berlim em 1989 a população mundial ficou extasiada, pensamos que havíamos chegado ao final da história humana. Não havia mais o que temer, o inimigo já tava sinais de fraqueza desde o início da década de 80 e veio a sucumbir em seu próprio território logo no final da década, abrindo um mercado consumidor de mais de 1 bilhão de pessoas.


A máquina mercante mais uma vez se deparava com a possibilidade de crescimento e desta vez ela iria até os confins do mundo, não poderia esquecer de nenhuma área pois este erro outrora poderia ter custado sua própria existência como ate então a entendemos. Mas o “temer” se fora, não tínhamos nada mais o que “temer”, os ventos da mudança sopravam em nosso favor e foi com essa mesma segurança de que havíamos acabado com o inimigo que vivemos na América Latina a pior crise financeira e a década da segurança se mostrou posteriormente a década perdida. Nunca nossa dívida externa e nossas mazelas cresceram tanto sem falar no fiasco da nossa economia.


A América Latina poderia estar se tornando algo perigoso para o mercado externo, não pelo fato de nossa ruína ser cada dia mais evidente - havia disponibilidade de novos mercados consumidores e produtores primários¬¬- e sim pelo fato de que o quadro social era a reprodução do quadro vivido no final do socialismo, nossa crise levava cada dia mais e mais cidadãos de classe média para o bolsão da miséria e o descontentamento com a ordem política e econômica era cada dia mais evidente, a volta da democracia não foi capaz de reanimar a população.


Um novo muro era construído mas desta vez ele não era físico mas sim econômico e com ele veio a nova ordem mundial, destacando mais uma vez os mesmos países do norte como economias centrais e o resto como economias periféricas, os países pobres com presença grande de mais para serem desprezados pelos olhos dos ricos foram denominados países em crescimento.


Com isso era preciso integrar o mundo, estabelecendo uma ligação psicológica entre as pessoas, os velhos muros deveriam cair para que os novos pudessem ser erguidos. As aranhas do consumismo viram-se obrigadas a tecerem uma nova forma de comercialização capaz de ultrapassar as fronteiras físicas do estado e atingir a mente de cada cidadão do mundo, de forma que os altares do capitalismos moderno estivessem disponíveis para cada cidadão que ali quisesse se ajoelhar.


Os confrontos políticos entre países não devem mais existir, não somos mais uma raça com várias etnias, nossos generais já recriaram o céu e o inferno assim como nos os imaginamos aqui na Terra, bastando somente uma pequena parcela de Deus, para ascendermos -como Cristo já o vez, coloquei esse personagem da história para conduzir o leitor ao objetivo da dissertação- para o Paraíso.


Somos portando cada um de nos um sarcedote do divino, onde o nosso fervor e temência ao deus faz com que passemos a vida na eterna tarefa de o coletar por meio da troca e guardar suas sobras nos templos onde os sarcedote-mor possa aplicar o deus de uma forma que ele possa se multiplicar e ser durável e rentável.


Enquanto a nossa avançada engenharia genética não é capaz de fornecer os nossos próprios demônios terrestres os países ricos se esforçam cada dia mais para conseguirem preencher esse espaço, assolando as terras que não querem dividir o deus mundano e apenas esquecendo aquelas que não possui o deus em si para compartilhar. A respeito dos anjos, eles podem ser vistos em cada altar capitalista ornamentando suas vitrines sendo que com uma certa quantidade de fé ele se torna disponível a nos, sendo alguns capazes de nos levar até o paraíso.

A ESPADA DE DOIS GUMES

Com a nova era capitalista conhecida como globalização os centros econômicos passam a ter uma mesma frente de comando sendo portanto obrigados a criarem laços de informações que transmitam as operações de um para o outro em nível global e instantâneo. Os espaços geográficos passam a necessitar cada vez mais um dos outros, a produção e o consumo local não são mais primordialmente dependentes um do outro, a partir daí pode se afirmar que os esteios primários do determinismo são rompidos. O trabalho passa a ser qualificado em nível mundial, havendo portando uma homogeneização da classe operária.


Esse fator propicia a criação de laços entre as mesmas classes operárias de diferentes sociedades ao redor do mundo, temos, portanto a base de um sindicato que advoga em nome não mais de classe social, mas sim do ofício que a mesma representa. Tendo está organização respaldo de ordem mundial por atuar nos mais diversos espaços e centros econômicos, ela passa a ter poder não só sobre o ofício mas também sobre a produção.
Uma vez a produção nas mãos dos sindicatos a burguesia passa a perder poder e ter que dividi-lo com a classe operária, há portanto uma socialização do capital.


Embora seja uma sociedade um tanto quanto utópica para a atualidade suas bases já são reais, sendo ironicamente criada primordialmente pelo Pentágono, para garantir que mesmo destruindo um centro bélico americano as suas informações não fossem perdidas e garantissem a hegemonia americana no durante e no pós segunda guerra mundial. Na década de 1980 essa tecnologia foi apresentada para a população com a chegada dos primeiros computadores domésticos e apelidada de internet.A internet passa a ser um centro de informação autônoma e anárquica, alimentando o sonho democrático de liberdade de opinião.


Não há um sistema que possa controlar um rede com uma quantidade de páginas que beira a população mundial, sendo que o número de usuários não ultrapassa um quarto da população. Com perspectivas gritantes de crescimento em todo mundo, tanto em partes ricas quanto nas partes orientais e asiáticas do globo.


A internet não pode ser mais restrita, a magnitude da troca comercial via internet logo será esmagada pelo compartilhamento de informações de cunho intelectual, informativo e informal. O civil ao redor do mundo passa a ser um militante anônimo.


Para barrar esse gigante é preciso primeiramente de um grande retrocesso de cunho político, administrativo e tecnológico por parte dos estados ricos, algo que a população desses países não iria aceitar. O erro foi cometido nas raias da histeria pelo comando do mundo, é certo que se preciso for, os americanos estarão disposto a sacrificar até mesmo o famigerado presidente, que já possui recorde de desaprovação tanto da comunidade americano quanto a da internacional.


Como a queda de Constantinopla a queda do WCT delimita o inicio de uma nova fase da sociedade humana.


Os grandes confrontos físicos acabaram. Passamos agora para o confronto intelectual, é por esse motivo que o estado rico ainda continua a guerrear pois é a primeira vez na história da humanidade que há perspectiva de um embate com armas iguais entre opressor e oprimido.


Não há mais áreas polarizadas como no século passado, a guerra no ocidente não pode mais ser justificada por motivo ideológico, podemos cair em contradição ao combater a América de Hugo Chaves ou até -quem diria?- a América Colombiana. O que há de errado com eles em querer serem mais democrático que o próprio EUA?


Somente a confraternização entre os povos poderá barrar a guerra, a educação é primordial para isso. Devemos usar o gigante chamado mídia para atender não só um grupo de países, mas sim a humanidade.

Globalização sem fronteriras

Muro do México


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Verdades sobre Fidel


Obrigado Papa

O reino dos céus pertence as crianças.

América Latina

Entrevista Fidel Castro

"Tentaram fuzilar Chavez, mas o pelotão se negou a disparar".



No livro Fidel Castro, biografia a Duas Vozes, publicado pela editora Debate, o presidente cubano revela momentos cruciais vividos pelo presidente da Venezuela Hugo Chavez durante a tentativa de golpe em 2002. Em entrevista a Ignácio Ramonet, diretor do Le Monde Diplomatique, Castro afirma que telefonou para o palácio Miraflores antes de Chavez se entregar e lhe disse: "não te enfraqueça Hugo; não faça como Allende, que era um homem só. Tu tem uma grande parte do exercito, não renuncies".

O presidente cubano revela que fez contato com "um general venezuelano" para insistir que o mundo sabia que o presidente Chavez não tinha renunciado e que enviasse forças para regatá-lo. "Eu quase não dormi nestes dias em que durou o golpe em Caracas, porem valeu a pena ver como um povo e também uns militares patriotas defendem a legalidade. Não se repetiu a tragédia do Chile em 1973", assegura Castro.

Leia a entrevista completa de Fidel:



Você disse que sente grande admiração por Hugo Chavez, presidente da Venezuela?

Bom, sim, aí temos um outro índio Hugo Chavez, um novo índio, como ele diz, "um índio mesclado", mestiço, ele disse que é um índio com um pouco de branco. Porem você esta olhando para Chavez e vê um autentico filho da Venezuela, um filho da Venezuela que é feita de mescla, porem tem todas estas nobres características e um talento excepcional, muito excepcional.

Eu gosto de escutar seus discursos, de como ele se sente orgulhoso de sua origem humilde, de sua etnia mesclada, onde tem de tudo um pouco principalmente dos escravos trazidos da áfrica, mesclados com índio. Essa é a impressão. Pode ser que tenha alguns genes de branco, e isso não é ruim, a combinação sempre é boa, enriquece a humanidade, a combinação das chamadas etnias.



Você seguiu passo a passo à evolução da situação na Venezuela em particular as tentativas de desestabilização contra o presidente Chavez?

Sim, seguimos com muita atenção os acontecimentos. Chavez nos visitou quando saiu da prisão antes das eleições de 1998. Ele foi muito valente, pois reprovaram a sua viagem a Cuba.

Veio e conversamos. Descobrimos um homem culto, inteligente, muito progressista, um autêntico bolivariano. Logo ganhou as eleições.Varias vezes. Mudou a Constituição com um formidável apoio do povo, das pessoas mais humildes. Os adversários têm tentado asfixiá-lo economicamente.

Da Venezuela, nos quarenta famosos anos da democracia que antecedeu Chavez, eu calculo que devem ser por volta de 200 bilhões de dólares que roubaram. Venezuela podia estar mais industrializada que a Suécia e ter também a educação que existe na Suécia, se tivesse existido uma democracia distributiva se os mecanismos estivessem funcionado, se tivesse algo de certo e de palpável nesta demagogia e em toda essa publicidade.

Desde que Chavez chegou ao governo, o poder foi estabelecido pelo controle das mudanças em janeiro de 2003, calculamos em 30 bilhões de dólares de fuga de capital. Então todos estes fenômenos, como nos imaginamos, são insustentáveis em nosso hemisfério.



Em 11 de abril de 2002, houve um golpe de Estado em Caracas contra Chavez, você acompanhou estes acontecimentos?

Quando nós nos enteramos de que aquela manifestação da oposição teria sido desviada e tinham cercado o palácio Miraflores, que existiam provocações, os tiros, as vitimas, que alguns dos altos oficiais haviam se amotinado e pronunciado publicamente contra o presidente, e que a guarda presidencial havia se retirado, e que o exercito ia vir prendê-lo, eu liguei para Chavez por que sei que ele estava indefeso e que e que é um homem de princípios e lhe disse: "não te enfraqueça, Hugo!" "Não faça como Allende que era um homem sozinho, não tinha um soldado".

"Você tem uma grande parte do exercito. Não renuncie!".



Você estava orientando-o a resistir com as armas na mão?

Não, ao contrario. Isso foi o que fez Allende e pagou heroicamente com a sua vida. Chavez tinha três soluções: manter-se em trincheiras no palácio de Miraflores e resistir ate a morte; fazer um chamado ao povo para a sua insurreição e desencadear uma guerra civil, ou se render porem sem renunciar.

Nos o aconselhamos a optar pela terceira.

Que foi o que ele também havia decidido fazer. Porque, alem do mais, a historia nos ensina que todo dirigente popular que sofre um golpe de Estado, se não o matam, mais cedo ou mais tarde o povo pede a sua volta e ele acaba regressando ao poder.



Vocês neste momento trataram de ajudar Chavez de alguma maneira?

Bom, nós somente podíamos ajudar usando os recursos da diplomacia. Convocamos em plena noite todos os embaixadores credenciados em Havana e lhes propusemos que acompanhassem Felipe (Perez Roque), nosso ministro das Relações Exteriores, a Caracas para resgatar Chavez, presidente legítimo da Venezuela.

Propusemos mandar dois aviões para trazê-lo, caso os golpistas decidissem mandar Chavez para o exílio. Ele tinha sido feito prisioneiro pelos militares golpistas e ninguém sabia onde estava. A televisão difundia a noticia de sua renuncia para desestabilizar seus partidários e o povo.

Porem em um momento eles permitiram que Chavez fizesse uma chamada telefônica, e pode então falar com sua filha Maria Gabriela. E lhe disse que não tinha renunciado. Que era um "presidente aprisionado".

E lhe pediu que ela difundisse esta noticia. A filha teve então a ousada idéia de me telefonar e me informar. E me afirma que seu pai não renunciou.

Nós então decidimos assumir a defesa da democracia venezuelana, já que tínhamos a certeza de que paises como Estados Unidos e Espanha (no governo de Jose Maria Aznar) que tanto falam de democracia e tanto criticam Cuba, estavam apoiando o golpe de Estado.

Pedimos então a Maria Gabriela que repetisse e gravamos a conversa dela com Randy Alonso, o apresentador do programa mesa redonda da televisão cubana, que teve uma grande repercussão internacional.

E alem do mais convocamos toda imprensa estrangeira credenciada em Cuba, e devia ser mais ou menos quatro da madrugada, e lhes informamos e também colocamos o testemunho da filha de Chavez. Imediatamente, a CNN o transmitiu e em toda a Venezuela a noticia foi difundida como rastro de pólvora.



Que conseqüência teve?

Bom isso foi ouvido pelos militares fiéis a Chavez, que haviam sido enganados com a mentira da renuncia, então foi feito um contato com um general que estava a favor de Chavez. Eu falei com ele por telefone. Confirmei pessoalmente que o que a filha de Chavez disse era verdade e que o mundo inteiro já sabia que Chavez não renunciou. Falei longamente com ele pedi que me informasse que oficiais estavam com Chavez e quem não estava. Eu entendi que a situação não estava perdida, porque as melhores unidades das Forças Armadas, as mais combativas e mais bem treinadas estavam a favor de Chavez.

E disse a este oficial que o mais urgente era saber onde Chavez se encontrava detido e enviar forças leais para resgatá-lo.

Ele me pediu então que eu falasse com seu superior hierárquico, e me passou o telefone. Repeti-lhe o que a filha de Chavez havia afirmado, e que Chavez continuava sendo o presidente constitucional. Recordou-se da lealdade necessária, e falou de Bolívar da historia da Venezuela... E esse alto oficial, em um ato de patriotismo e fidelidade à constituição, me afirmou que se realmente Chavez não havia renunciado ele continuava fiel ao presidente.



Porem, naquele momento ninguém sabia onde estava Chavez?

Bem Chavez foi conduzido a Ilha de Orchila. E estava incomunicável.

O arcebispo de Caracas, Baltazar Porras, foi vê-lo e aconselha que ele renuncie. "Para evitar uma guerra civil", disse. E faz uma chantagem humanitária. O arcebispo pede que Chavez escreva uma carta dizendo que esta renunciando.

Chavez não sabe o que estava havendo em Caracas nem no restante do país. Já haviam tentado fuzilá-lo, mas o pelotão de soldados encarregados de disparar se negou e ameaçaram a se amotinar. Muitos dos militares que estão mantendo Chavez em custodia estavam dispostos a defendê-lo e evitar que o matem.

Chavez trata de ganhar tempo com o bispo. E faz borrões de uma declaração.

Teme que uma vez a carta escrita, eles o eliminem. Não pensa em renunciar. Declarou que teriam que matá-lo antes. E que não havia uma solução constitucional.



Diante disso, vocês ainda seguiam com a intenção de enviar aviões para resgatar Chavez e levá-lo para o exílio?

Não, depois dessa conversa com os generais venezuelanos, nós mudamos o plano, suspendemos a proposta de enviar Felipe com os embaixadores para Caracas.

Mais em um momento nos chegou o rumor de que os golpistas estavam propondo expulsar Chavez para Cuba. E nós imediatamente anunciamos que se mandassem Chavez para cá, o reenviaríamos para a Venezuela no primeiro avião.



Como Chavez regressou ao poder?

Bom em um momento foi produzido um novo contato com o primeiro general com que havíamos falado e ele me informou que já haviam localizado Chavez e que ele estava na Ilha de Orchila. Conversamos sobre a melhor maneira de resgatá-lo. Com muito respeito lhe aconselhei três coisas fundamentais:

Direção, eficácia e força muito superior. Os pára-quedistas da base de Maracay, a melhor unidade das Forças Armadas, fiel a Chavez se encarregaram do resgate.

Já em Caracas o povo esta mobilizado pedindo a volta de Chavez, a guarda presidencial voltou a ocupar o palácio Miraflores e também exige a volta do presidente.

Procede a expulsão dos golpistas do palácio. E o próprio Pedro Carmona, presidente da patronal e brevíssimo presidente usurpador da Venezuela, quase é arrastado alí mesmo no palácio.

Por fim já na madrugada do dia 14 de abril de 2002, resgatado pelos militares fiéis, Chavez chega ao Palácio Miraflores em meio a uma apoteose popular. Eu quase não dormi nestes dias em que durou o golpe em Caracas, porem valeu a pena ver como um povo e também uns militares patriotas defendem a legalidade. Não se repetiu a tragédia do Chile em 1973.



Chavez é um representante dos militares progressistas, porém na Europa e também na América Latina muitos progressistas não acreditam, pois ele é um militar. Que opinião você tem sobre esta aparente contradição entre o progressismo e o militar?

Olhe, aí temos, na Venezuela, um exercito exercendo um grande papel com esta revolução bolivariana. E Omar Torrijos, no Panamá, foi um exemplo de um militar com consciência. Juan Valesco Alvarado, no Peru também levou adiante algumas ações de progressos notáveis. Não se pode esquecer, por exemplo, que entre os próprios brasileiros, Luis Carlos Prestes foi um oficial que realizou uma marcha em 1924-1926 quase como a que fez Mao Zedong em 1934-1935.

Jorge Amado escreveu sobre a marcha de Luis Carlos Prestes, uma bela historia, O cavaleiro da esperança, entre suas magníficas novelas – eu tive a oportunidade de ler todas. A marcha foi impressionante, durou mais de dois anos e meio, recorrendo imensos territórios de seu país sem sofrer jamais uma derrota. É dizer que houve proezas que saíram dos militares.

Digamos, vou citar um militar do México: Lazaro Cardenas, um general de uma revolução mexicana, que nacionalizou o petróleo. Tem um valor muito grande, fez reformas agrárias e conquistas com o apoio do povo. Quando se fala das conquistas do México não se pode esquecer o papel como o de Lazaro Cardenas, e ele era um homem militar.

Eu não poderia esquecer dos primeiros que no século XX se destacaram na América Latina, nos anos cinqüenta, um grupo de jovens se destacou, eram jovens oficiais guatemaltecos, ao redor de Jacobo Arbenz, que participaram em atividades revolucionarias.

Bem não se pode dizer que é um fenômeno geral, porem existem vários casos de militares progressistas.

Perón na Argentina também era de origem militar, devemos observar no momento em que surge por volta de 1943 o nomeiam ministro do trabalho e fez algumas leis que quando o levam para prisão o povo o resgata. Era um chefe militar.

Também existe um civil que teve influencia dos militares, estudou na Itália, onde também Perón já havia estado, que foi Jorge Eliécer Gaitán, e eram lideres populares.

Perón era da embaixada, esteve em Roma nos anos trinta da era mussoliniana, e algumas das formas e métodos de mobilização de massas que viu deixaram ele impressionado. Teve a influencia inclusive de alguns processos; neste caso Gaitán e Perón utilizaram esta influencia de forma positiva, porque deve se observar que Perón fez reformas sociais. Perón comete um erro: ofender a oligarquia Argentina, a humilhou, e tira da oligarquia o teatro e algumas instituições simbólicas; trabalhou com as reservas e os recursos que tinha no país, e melhorou as condições de vida dos trabalhadores, estes são muito agradecidos e Perón virou um ídolo dos trabalhadores.



Por Ignácio Ramonet

Jefferson Peres

Palavras de um senador, um tal de Jefferson Peres:javascript:void(0)
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Há um desvio genético no adolescente que comete um crime hediondo. Ele tem propensão ao mal e deve ser segregado da sociedade. São irrecuperáveis e vão continuar matando e estuprando.

Quando e onde ele disse isto:

1. No senado do Brasil Império?

2. No Bundestag na época hitleriana?

3. No senado brasileiro, semana semana?

PS: A resposta certa é a terceira e se o engulho for insuportavel

Nome da Tormentas 2007

Nome do furacões 2007

domingo, 29 de abril de 2007

Guerras preventivas

Guerras preventivas
Qualquer dia destes, com a vitória de Rafael Correa no Equador, Bush e seus cavaleiros da távola de guerra vão denunciar um eixo do mal na América Latina e, dizem as más línguas, podem até convidar o Brasil para ocupar a Bolívia.

Não seria, para os EUA, uma má idéia: transferir um pouco as atenções da derrota no Iraque para os perigos na América Latina, mesmo se representados por presidentes eleitos segundo o sacrossanto sufrágio universal

Eduardo Azeredo



Dicas endereçadas ao senador Eduardo Valerioduto Azeredo para seu substitutivo dos três projetos visando controlar a internet:

1ª) A liberdade de expressão na rede deve ser total, cabal e definitiva.

2ª) O anonimato de quem busca informação na rede deve ser total, cabal e definitivo ou, se quiserem, igual ao disque denúncia à disposição dos dedos-duros.

3ª) Revogam-se todas as disposições em contrário de modo total, cabal e definitivo.
Senador macumunado com a rede Globo até os dentes, comanda o projeto de digitalização das televisões do brasil, a favor de quem?
Eduardo Azeredo só falta entra para opus dei com esse projetos.

Russia e a volta da corrida bélica



Depois de afirmar que a Rússia precisa manter um poder nuclear capaz de garantir a destruição de qualquer agressor potencial, o presidente Putin advogou a construção de novos sistemas de armas estratégicas mais eficientes. E justificou:

No mundo moderno, a qualidade das armas é mais importante do que o número de ogivas nucleares.

Entenderam?

Ele quer dizer que, em quantidade, as cinco primeiras nações nucleares possuem bombas para aniquilar o Planeta inteiro e várias vezes.

Enquanto isso, temos de assistir pela televisão Bush, em sua primeira viagem ao Vietnã, falando do perigo que representa para a humanidade os programas nucleares da Coreia do Norte e do Irã.

Frases filosóficas de como constituir uma democracia ao gosto burgues



Frases filosóficas de como constituir uma democracia ao gosto burguês
"Democracia é quando eu mando em você. Ditadura é quando você manda em mim"

Millôr Fernandes

"Fale manso e com um sorriso no rosto,mas sempre tenha um porrete escondido."
Presidente dos EUA

Manda quem pode obedece quem tem juízo

"I'm the president of the United States of América"
George W. Bush

"We must use American diplomacy to help create a balance of power in the world that favors freedom. And the time for diplomacy is now. Our task and our duty is to unite around a vision and policies that will spread freedom and prosperity around the globe."
Condoleezza Rice
God bless you!

Era dos extremos

Era dos extremos
O capitalismo venceu a guerra e chegou ao século vinte um por que ele se mostrou mais forte que o nacional socialismo e a ditadura proletáriada? A URSS foi realmente um bloco socialista?
O séculoXX é um período onde as ações humanas são voltadas para o exagero até culminar nos extremos, que a partir daí começam a distorcer a realidade.
Stalin, foi comunista até onde esse termo poderia ser interessante a ele? Mao Tsé Tung, uma versão orientaomente estereotipada de Stalin?
Hitler, um louco artista romântico e líder da raça germânica?
Henry Truman, um oportunista?
Churchill a salvação capitalista?
Senador americano M. Carthney, um capitalista louco que via comunistas até nas janelas de casa?
Hippies, loucos cansados de verem loucuras?
Reagan, a coroação antecipada do imperador hegemónico?
Ditaduras, lacaios do capitalismo central?
A classe média nesse período se contentou com o rock e as melhorias econômicas e sociais preferindo usar o seu novo e recem comprado óculos colorido de visão distorcida e furta cor?
O maio de 1968 um único sinal de ração?
O neoliberalismo enfim é a consolidação do modelo.

Revoluções...

Salvador Dali

UM ENFORCADO INCÔMODO



UM ENFORCADO INCÔMODO
A grande ironia do enforcamento de Saddam Russein – que a grande imprensa procurou camuflar por todos os meios – foi o fato de ter sido condenado à morte por crimes cometidos em 1982, quando era apoiado pelos Estados Unidos e recebia em seu gabinete um Rumsfeld com o sorriso de garoto propaganda da indústria bélica. Não só os EUA, mas também a União Européia, o Japão, a Arábia Saudita e até a então União Soviética formaram uma santa aliança para abastecer de armas Saddam Hussein.
Foi no contexto da guerra contra o Irã – o satã do momento, ainda com o Aiatolá Komeine em vida – que Saddam mandou massacrar 148 xiitas, homens e crianças, na cidade de Dujail, nos termos da sentença do dia 5 de novembro e que o levou à forca a 30 de dezembro.O presidente Bush, em seu rancho no Texas, comemorou a execução afirmando que a justiça tinha sido feita. Uma comemoração de boca para fora, visto que numa época de festas, sobretudo de peregrinação para os muçulmanos, o enforcamento teve vários pontos negativos para as forças de ocupação do Iraque. Primeiro serviu para botar lenha na fogueira da disputa entre xiitas e sunitas, tornando mais quente a batata nas mãos dos invasores. Os vídeos do enforcamento mostrados à exaustão, principalmente nas televisões árabes, exibiram um Saddam enfrentando a morte numa postura digna, inclusive respondendo aos assistentes xiitas que o insultavam. Virou mártir no fim da corda. Nem precisou escrever uma carta como a de GetTony Blair percebeu tudo isso e preferiu ficar calado. No contexto da resistência iraquiana no início do quarto ano da ocupação, um Saddam morto, sua imagem com a corda no pescoço, condenado por um tribunal de um país ocupado, é muito mais eficaz do que um Saddam vivo desgastando-se num processo judicial com cartas marcadas. Afinal ele foi o ás do baralho de captura emitido pelos invasores estadunidenses.

Outro ponto negativo importante para os Estados Unidos e seus aliados é que as contradições internas no Iraque, sobretudo entre xiitas e sunitas, estão falando mais alto do que a defesa dos interesses ditos ocidentais. Em outros termos, os invasores não conseguiram até agora controlar, como queriam, o governo iraquiano que impuseram. Nem puderam ditar por trás dos panos a decisão do tribunal que julgou Saddam. Não foi sábio do ponto de vista político – e não venham dizer que a justiça é independente da política - remexer em crimes cometidos na época em que Saddam Hussein era o grande aliado dos Estados Unidos no Oriente Médio. Por mais que a grande imprensa procure camuflar o fato, ele acaba aparecendo nas entrelinhas. Sobretudo para os árabes é impossível esconder a postura velhaca e desonesta da então administração Reagan. Enquanto fornecia armas e tecnologia ao governo iraquiano, no escândalo que ficou conhecido como Irãgate, negociava com o governo iraniano, clandestinamente, a fim de obter fundos e armamentos passados pela CIA aos contra da Nicarágua. Jogo duplo numa roleta de sangue.
Se Saddam foi condenado por crimes contra a humanidade, conforme a sentença que o levou à forca, os responsáveis pelo Irãgate e pessoas como o ex-secretário da Defesa Donald Rumsfeld também deviam estar no banco de réus. Afinal eles insuflaram uma guerra de oito anos que deixou um milhão de mortos. A memória é curta e muita gente já esqueceu as imagens de milhares de soldados iranianos mortos com armas químicas e biológicas produzidas pelo Iraque com tecnologia ocidental, sobretudo dos Estados Unidos. Não é bom remexer em tal lama. O enforcamento de Saddam Russein remexe, evoca imagens incômodas, faça o que fizer a grande imprensa que mama nas tetas das corporações que sustentam o império estadunidense. O mais provável é que os Estados Unidos, depois de perder 3 mil soldados na ocupação, tenham de aumentar a produção de sacos plásticos de empacotar cadáveres. Já não é preciso ter bons olhos e bom olfato para perceber que a ocupação do Iraque parece com a do Vietnã e tem o mesmo cheiro de sangue. Saddam é um enforcado muito incômodo. Nos Estados Unidos sua figura dependurada, enquanto a violência aumenta no Iraque ocupado, pode fazer muita gente pensar que talvez não valha tanto sangue por uns poços de petróleo a mais

Bush e os 20 mil soldadinhos



Ao anunciar o envio de mais de 20 mil soldados ao Iraque contra a vontade do Congresso, da opinião pública e até do governo fantoche do Iraque, Bush se declarou responsável por todo erro estratégico cometido na invasão. Só faltou dizer:

Daqui o balde não passa – imitando o Truman, o primeiro assassino coletivo atômico da História.

Saddam, pelos seus erros, pagou com o pescoço na forca e Bush não abre mão nem da arrogância e continua pisoteando a democracia em seu próprio país.

Mas todo o cuidado é pouco. Por enquanto a oposição ostensiva é de deputados e senadores, seus pares no poder. Só falta agora alguns milhares de manifestantes na Pennsylvania Avenue, como na época do Vietnã.

EM POUCAS LINHAS

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado resolveu o problema dos menores:

Mandá-los para a cadeia de gente grande.

E mais não falamos porque não nos foi perguntado.

Ah, mais uma coisinha: os bicheiros do Furacão estão pedindo foro privilegiado igual ao dos senhores magistrados.

Está perfeitamente dentro da lógica capitalista.

Afinal, foram eles que pagaram.

sábado, 28 de abril de 2007

Teses de Abril

Teses de Abril

V. I. Lenine

4 de Abril de 1917


Introdução

Ao ter chegado à Petrogrado apenas no dia 03 de Abril pela noite, é natural que somente em meu nome e com as conseqüentes reservas, devida a minha insuficiente preparação, pude pronunciar um informe sobre as tarefas do proletariado revolucionário na assem

bl

eia de 4 de abril.

A única coisa que eu poderia fazer para facilitar minha tarefa, e para os oponentes honestos, era preparar algumas teses por

escrito. As li e entreguei o texto ao camarada Tsereteli. As li pausadamente por duas vezes, primeiro na reunião dos Bolcheviques e depois na reunião conjunta entre Bolcheviques e Mencheviques.

Publico estas teses de caráter pessoal, que no meu informe foram desenvolvidas com muito maior amplitude, acompanhadas unicamente de breves notas explicativas.

Teses

1) Em nossa atitude perante a guerra - que por parte da Rússia segue sendo, sob o governo de Lvov e cia, uma guerra indiscutivelmente imperialista de rapina - em virtude do caráter capitalista deste governo - é intolerável, por menor que seja, qualquer concessão ao "defensismo revolucionário".

O Proletariado consciente só pode dar seu consentimento a uma guerra revolucionária, que justifique verdadeiramente o defensismo revolucionário, sob estas condições: a) passagem do poder ao proletariado e dos setores mais pobres do campesinato a ele aliados; b) renúncia de fato, e não só de palavra, a qualquer tipo de anexação; c) ruptura de fato com todos os interesses do capital.

Devido à indubitável boa fé de grandes setores de defensistas revolucionários, que vêem a guerra apenas como uma necessidade e não com o fim de conquistas, e por estarem sendo ludibriados pela burguesia, é necessário explicar minuciosamente, pacientemente e perseverantemente seu erro. Explicar-lhes a ligação indissolúvel entre o capital e a guerra imperialista e demonstrar-lhes que sem derrotar o capital é impossível colocar fim a guerra com uma paz verdadeiramente democrática, que não seja imposta pela violência.

Na frente de batalha organizar a mais ampla propaganda deste ponto de vista sobre o exército.

Confraternização na frente de batalha.

2) A particularidade do momento atual da Rússia é que o país está passando do primeiro estágio da revolução - que deu o poder a burguesia, pelo fato do proletariado não ter o suficiente nível de consciência e de organização - ao segundo estágio, que deve colocar o poder nas mãos do proletariado e dos setores mais pobres do campesinato.

Esta transição é caracterizada, por um lado, pelo máximo de legalidade (a Rússia é hoje o país com mais liberdade entre todos os países beligerantes); por outro, pela ausência de violência contra as massas, e, por fim, pela confiança inconsciente destas no governo dos capitalistas, o pior inimigo da paz e do socialismo.

Esta especificidade exige de nossa parte habilidade para adaptar-nos as condições especiais do trabalho do partido entre setores, inusitadamente, amplos das massas proletárias que acabam de despertar para a vida política.

3) Nenhum apoio ao Governo Provisório. Explicar a completa falsidade de suas promessas, sobretudo sobre a da renúncia das anexações. Desmascarar este governo, que é um governo de capitalistas, invés de propagar a inadmissível e ilusória "exigência" de que deixe de ser imperialista.

4) Reconhecer que, na maior parte dos Sovietes de deputados operários, nosso partido está em minoria e, por agora, em uma ampla minoria, diante do bloco de todos os elementos pequeno-burgueses e oportunistas - submetidos à influência da burguesia, e que levam esta influência ao seio do proletariado. Que compreende desde os Socialistas Populistas e os Socialistas Revolucionários até o Comitê de Organização (Cheidze, Tsereteli, etc) Steklov, etc, etc.

Explicar as massas que os Sovietes de deputados operários são a única forma possível de governo revolucionário e que, por isso, enquanto este governo se submete a influência da burguesia, nosso missão só pode ser a de explicar os erros de sua tática de uma forma paciente, sistemática, persistente e adaptada especialmente as necessidades práticas das massas.

Enquanto estivermos em minoria, desenvolveremos um trabalho de crítica e esclarecimento dos erros, propagando ao mesmo tempo, a necessidade que todo o poder do Estado passe aos Sovietes de deputados operários. Fazendo assim com que, a partir de sua experiência, as massa corrijam seus erros.

5) Não uma república parlamentar, retornar à uma república parlamentar a partir dos Sovietes seria dar um passo atrás. E sim uma república dos Sovietes de deputados operários, trabalhadores agrícolas e camponeses. Em todo o país, de alto a baixo.

Supressão do exército, da polícia e da burocracia[*1].

Os salários de todos os funcionários públicos não deverá exceder o salário médio de um operário qualificado, além disso todos eles devem ser eleitos e podem ser revogados a qualquer momento.

6) No programa agrário o centro deve ser passado ao Soviete de deputados de trabalhadores agrícolas.

Confisco de toda a terra dos latifúndios.

Nacionalização de todas as terras do país, que ficarão a disposição dos Sovietes de deputados de trabalhadores agrícolas e camponeses. Criação de Sovietes especiais de camponeses pobres. Fazer de cada grande porção de terra (com uma extensão entre 100 e 300 deciatinas, segundo as condições locais e outras, sob o juízo das instituições locais) uma fazenda modelo sob o controle dos deputados trabalhadores agrícolas e sob a administração pública.

7) Fusão imediata de todos os bancos em um banco nacional único, submetido ao controle do Soviete de deputados operários.

8) Não é tarefa imediata a implementação do Socialismo, mas somente iniciar imediatamente o controle da produção social e da distribuição dos produtos pelos Sovietes de deputados operários.

9) Tarefas do Partido:

(a) Realização imediata de um Congresso do Partido;

(b) Modificação do Programa do Partido, principalmente:

(1) Sobre o Imperialismo e a guerra imperialista;

(2) Sobre a posição perante o Estado e nossa reivindicação de um "Estado-Comuna"[*2];

(3) Reforma do nosso programa mínimo, já antiquado;

(c) Mudança no nome do Partido.[*3]

10) Uma nova Internacional.

Temos que ter a iniciativa de criar uma Internacional Revolucionária, uma internacional contra os social-chauvinistas e contra o "centro"[*4].

Para que o leitor compreenda porque tive de ressaltar de maneira especial como uma rara exceção o "caso" dos opositores honestos, lhes convido a comparar estas teses com a seguinte objeção do senhor Goldenberg: "Lenin - ele disse - plantou a bandeira da guerra civil no meio da democracia revolucionária." (Citado no nº 5 do periódico de Plekhanov "Edinstvo"

Não é uma pérola?

Escrevo, anuncio e elaboradamente digo: "Devido à indubitável boa fé de grandes setores de defensistas revolucionários, que vêem a guerra apenas como uma necessidade e não com o fim de conquistas, e por eles estarem sendo ludibriados pela burguesia, é necessário explicar minuciosamente, pacientemente e perseverantemente seu erro..."

E esse senhores da burguesia, que se auto intitulam social-democratas, que não pertencem nem aos grandes setores nem as pequenas fileiras dos defencistas revolucionários, tem a ousadia de reproduzir sem escrúpulos minhas opiniões, interpretando-as assim: "plantou (!) a bandeira (!) da guerra civil" (nem nas teses nem em meu informe em nenhum momento falo sobre ela) "no meio (!!) da democracia revolucionária..."

Que significa isso? Em que isso se difere das provocações da Russkaya Volia?

Escrevo, anuncio e elaboradamente digo:"Os Sovietes de deputados operários são a única forma possível de governo revolucionário e que, por isso, nossa missão só pode ser a de explicar os erros de sua tática de uma forma paciente, sistemática, persistente e adaptada especialmente as necessidades práticas das massas..."

Contudo certa classe de opositores expõem meus pontos de vista como um chamado a "guerra civil no meio da democracia revolucionária"!!

Ataquei o Governo Provisório por não apontar um prazo, nem próximo nem remoto, para a convocação da Assembléia Constituinte e limitar-se a simples promessas. E demonstrei que sem o Sovietes de deputados operários e soldados não está garantida a convocação da Assembléia Constituinte, nem é possível seu êxito.

E me colocam sobre as costas que sou contrário a convocação imediata da Assembléia Constituinte!

Poderia qualificar tudo isso como expressões "delirantes" se dezenas de anos de luta política não tivessem me ensinado a considerar a boa fé dos opositores como uma rara exceção.

No seu periódico, o senhor Plekhanov qualificou meu discurso de "delirante". Muito bem, senhor Plekhanov! Mas perceba o quão torpe, inábil e pouco perspicaz é sua polêmica. Se passei duas horas delirando, por que agüentaram centenas de ouvintes este "delírio"? E qual a causa de dedicar toda uma coluna de seu periódico à um delírio? Não faz sentido, senhor Plekhanov, não faz sentido.

É muito mais fácil, naturalmente, gritar, insultar e vociferar que tentar expor, explicar e recordar como avaliavam Marx e Engels em 1871, 1872 e 1875 as experiências da Comuna de Paris e que diziam sobre o tipo de Estado que necessita o proletariado.

Pelo visto, o marxista senhor Plekhanov não deseja recordar o marxismo.

Citei as palavras de Rosa Luxemburgo, que em 4 de agosto de 1914 denominou a social-democracia alemã como "um cadáver mal cheiroso". E os senhores Plekhanov, Goldenberg e Cía. se sentem "ofendidos"... Em nome de quem? Em nome dos chauvinistas alemães, ficam ofendidos porque são chamados de chauvinistas!

Os pobres social-chauvinistas russos, socialistas de palavra e chauvinistas de fato, armaram uma embrulhada para eles mesmos.