terça-feira, 20 de janeiro de 2009

PRESIDENTES, MENTIRAS E VÔMITOS



O ultimo discurso de Bush como presidente foi jururu e triste. Clima de enterro. Melhor dizendo, clima de coveiro, responsável que foi pela morte prematura de milhares de pessoas mundo afora por obra de mísseis, bombas e balas. Quando pessoas que não estão montadas na sela do poder institucionalizado fazem o que ele fez dá-se o nome de terrorismo.

No entanto, a verdadeira imagem que Bush vai deixar é a de um presidente mentiroso. Mas não de um mentiroso qualquer. A mentira, afinal de contas, é o pão de cada dia dos que estão montados no poder. Sem mentira, o risco de cair é muito grande. Nesta linha de raciocínio, então, Bush vai entrar para a História (se entrar) como o presidente que não soube embalar suas mentiras, um presidente burro e truculento. Nem a Condoleezza Rice – esta sim, mestre na arte da mentira – conseguiu salvar seu governo da pecha de burro. Depois da mal sucedida aventura no Iraque à custa das mentiras mais grosseiras que se tem notícia na lama do poder, o rombo na economia mundial gerado pela crise do neoliberalismo fez com que muitos analistas colocassem a administração Bush entre as piores da História dos Estados Unidos.

Uma análise mais apurada dos oito anos de Bush vai relevar um aspecto mais sinistro. É bem possível que, em matéria de liberdades individuais, os EUA tenham recuado uns 80 anos. O Patriotic Act, editado no calor dos atentados de 11 de setembro, foi o ponto culminante do ataque às instituições de defesa da liberdade.

Triste o mandato deste presidente que se elegeu a primeira vez em 2000 à custa de fraude e só foi reeleito por causa dos atentados de 2001.

Depois de tamanha devastação, toma posse dia 20 de janeiro Barack Obama, já ungido pelos meios de comunicação como o restaurador da dignidade e da diplomacia dos Estados Unidos. Tememos que Obama va ser mais guerreiro do que Bush e Hillary Clinton vai nos dar saudades de Condoleezza Rice. Barack Obama vai fazer guerra, intervir onde for preciso, mas empregando a cartilha que um império deve ter no século XXI. Confabulando sempre com os aliados, restaurando a imagem do Conselho de Segurança da ONU como defensor da ordem mundial que beneficia os ricos e os bem armados.

Bush regalou-se demais da conta no banquete do poder, quase isolou o império, teve uma indigestão e vomitou todas as mentiras. Obama é mais sofisticado. Fez carreira como único senador negro nos Estados Unidos, conhece todos os labirintos políticos de Washington. Não é homem de vomitar mentiras. É do tipo que sabe guardá-las a sete chaves, para melhor reinar.

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